Assim foi. Assim será.
E assim me ensinaram.
E assim nos ensinam.
Por que a vida é assim?
Porque quisemos assim.
Porque queremos assim.
Todo dia. E a cada novo dia.
Cada palavra, cada ato.
Cada escolha que chamamos de dever.
Cada decisão que nomeamos destino.
O destino será o vazio.
Cavando o seu próprio fim.
E era só parar de cavar.
Não é o pior. Não é o melhor jeito de se viver.
Jeito de seguir, de fazer, escolher.
Mas certamente não é o único.
Milhões e milhões de seres, lugares, vidas.
Um único sistema. Uma única organização.
Auto-destrutiva.
Não por essência. Mas por se querer única.
Vida em larga escala. Raiva em larga escala.
Solução em larga escala. Sempre falha.
Corações de concreto. Olhos robotizados.
Toque matemáticos.
Corpos conceituados.
Automaticamente seguindo.
Frigidamente se amando.
O vazio de uma sobrevivência dormente.
O limite da razão mata a fluidez da vida.
E essas palavra que nem fazem mais sentido.
E já nem consigo dizer.